11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

COMPLICAÇÕES APÓS A IMPLANTAÇÃO DO DUPLO J

Resumo para avaliação

A obstrução ureteral possui elevada casuística na rotina clínica de pequenos animais, correspondendo a terceira enfermidade mais comum no trato urinário canino. O implante duplo J é uma alternativa terapêutica que viabiliza a continuidade do fluxo urinário ao ser implantado no ureter, precavendo a falência renal por hidronefrose. Porém, sua presença no lúmen ureteral pode causar reações teciduais inflamatórias nas superfícies adjacentes. Assim, o objetivo deste trabalho é relatar as complicações referentes à implantação do cateter duplo J. Uma cadela, border collie, de 7 anos, possuía três granulomas provenientes de uma castração prévia e ureter esquerdo ectópico. Então, foi submetida a um procedimento de excisão cirúrgica dos granulomas e de ureteroneocistostomia. Um dos granulomas não foi retirado pois comprometia o ureter esquerdo, o mesmo ureter que passou pelo procedimento de ureteroneocistostomia, neste caso, foi implantado o duplo J para restabelecimento do fluxo urinário. Na primeira semana de pós-cirúrgico, o animal apresentava sinais de dor abdominal e disquezia. O paciente foi encaminhado para avaliações ultrassonográficas seriadas em que foi possível acompanhar as alterações promovidas pela presença do cateter ao longo do tempo de permanência. Dois dias após o procedimento foram evidenciadas alterações sugestivas de cistite e tecido reativo na região do pedículo ovariano esquerdo. Aos 21 dias de pós-operatório, a extremidade do catéter havia saído do lúmen vesical e migrado de forma retrógrada para o ureter esquerdo, indicando movimentação dorso-cranial do dispositivo no lúmen ureteral, o que provocou grande distensão da porção ureteral distal. O animal apresentou também rim esquerdo reativo, líquido livre e gordura intra-abdominal reativa em todo antímero esquerdo. Todos os achados associam-se ao processo inflamatório causado pelo duplo J. Um mês após a cirurgia houve o aparecimento de hidronefrose no rim esquerdo decorrente da obstrução ureteral esquerda. O paciente foi encaminhado para a retirada do implante após este último exame. Conclui-se, assim, a ineficácia do implante em manter o fluxo ureteral a longo prazo, quando uma das principais complicações é a obstrução do lúmen em decorrência da migração, que necessita de rápida intervenção, pois prejudica a fisiologia renal e o fluxo urinário normal. Ademais, os processos inflamatórios persistentes na cavidade abdominal prejudicam a completa recuperação do paciente no pós-cirúrgico.

Palavras-chave

Palavras-Chave: obstrução ureteral, hidronefrose, reação inflamatória

Área

Nefrologia e urologia

Instituições

UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Yasmin Riscado Ribeiro, Tainara Micaele Bezerra Peixoto, Gabriela Pires Porto, Luiza Fiuza Carvalho, Ana Beatriz Paes Peixoto, Beatriz Carolinne Batista Menezes Pinto, Bruna Abreu Silva, André Lacerda Abreu Oliveira