11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

RECONSTRUÇÃO PREPUCIAL EM CANINO APÓS EXÉRESE DE CARCINOMA DE CÉLULAS BASAIS

Resumo para avaliação

Carcinoma de células basais é um neoplasma maligno localmente invasivo, infrequente em cães. A ressecção com margens amplas requer, frequentemente, o uso de técnicas reconstrutivas para síntese do defeito. O objetivo do relato é descrever uma reconstrução prepucial após exérese de carcinoma de células basais em um canino. Foi atendido no Hospital Veterinário (HUVet) da UNIPAMPA, um canino Pit Bull, 7 anos, macho, não castrado, com queixa de aumento de volume no prepúcio há aproximadamente um mês. Ao exame físico, constatou-se a presença de um nódulo avermelhado, ulcerado na região prepucial. O exame citológico foi sugestivo de adenocarcinoma sebáceo com inflamação mista. Radiografia torácica não indicou metástase, entretanto, foi visualizada neoformação em baço na ultrassonografia, sugestiva de metástase. Optou-se pela realização de exérese tumoral com margens amplas (2cm) e reconstrução prepucial, seguida de esplenectomia. Para a exérese, delimitou-se margens de 2cm em todas as direções em relação à massa. Realizada a incisão demarcadora, incisou-se o subcutâneo e dissecou-se as delimitações até a superfície do folheto externo do músculo reto abdominal, dissecou-se em direção ao ápice prepucial. Na região apical foi realizada secção da mucosa prepucial e ressecção completa da massa. Proporcionalmente ao local do pênis, foi criado um estoma cutâneo para anastomose mucocutânea prepucial, a partir de túnel subcutâneo, esta, realizada com Náilon 2-0 em padrão isolado simples. As bordas da lesão foram aproximadas com pontos isolados simples sepultados com PGLA 2-0, subcutâneo e pele encerrados em padrão colchoeiro contínuo e Wolff, com PGLA 2-0 e Náilon 2-0, respectivamente. Realizou-se a troca de luvas, instrumental e campos cirúrgicos para a esplenectomia, a qual foi realizada de maneira rotineira. O paciente recebeu alta hospitalar no mesmo dia do procedimento e, as prescrições pós operatórias consistiram de Meloxicam (0,1mg/kg/SID/5 dias), Dipirona (25mg/kg/TID/4 dias), Tramadol (2mg/kg/TID/3 dias) e Cefalexina (30mg/kg/BID/10 dias). A ferida cirúrgica teve excelente evolução e os pontos foram removidos aos 15 dias de pós-operatório. O exame histopatológico diagnosticou hiperplasia linfóide nodular no baço e, carcinoma de células basais, com margens cirúrgicas livres, no prepúcio. Os achados no baço foram característicos de lesão proliferativa não-neoplásica de linfócitos. Devido ao caráter localmente invasivo do neoplasma cutâneo, a ressecção com margens de segurança é fundamental para redução do risco de recidiva tumoral, tendo o paciente prognóstico favorável. Ademais, a técnica reconstrutiva empregada demonstrou-se eficaz, evitando a realização de penectomia.

Palavras-chave

Palavras chave: margem cirúrgica; neoplasma; cirurgia reconstrutiva.

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Gabriele GABRIELE PICCIN, Maria Eduarda Rodrigues, Luiza Pitta Pinheiro Collares, Leonel Felix Leão Neto, Luiza Eula Marques, Maria Lígia Arruda Mestieri, João Pedro Scussel Feranti, Talita Alves