Dados do Trabalho

Título

EXTRUSÃO DO DISCO INTERVERTEBRAL GRAU III TRATADA COM PEDICULECTOMIA E FENESTRAÇÃO - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A doença do disco intervertebral (DDIV) abrange a deterioração do disco seguido de extrusão ou protrusão do material do disco em direção ao interior do canal vertebral. Tais condições podem surgir espontaneamente ou como resultado de traumas. A severidade do déficit neurológico é determinada pela localização e grau de extrusão, sendo as raças condrodistróficas mais susceptíveis a extrusão do núcleo pulposo. O presente trabalho tem como objetivo relatar um paciente canino, SRD, condrodistrófico, de 7 anos com extrusão de disco toracolombar grau III que foi tratado cirurgicamente pelas técnicas de pediculectomia e fenestração. O paciente foi atendido no Hospital Veterinário do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho apresentando queixa de paralisia súbita dos membros pélvicos há 15 dias sem histórico de trauma. Foi realizado o exame físico geral, e ao exame neurológico, notou-se propriocepção ausente, hiperreflexia dos membros pélvicos, ausência de reflexos cutâneo do tronco em região toracolombar caudal e a nocicepção superficial encontrava-se diminuída enquanto a nocicepção profunda estava preservada, em ambos os membros pélvicos. O paciente realizou tomografia computadorizada da região toracolombar e constatou-se presença de material hiperdenso provocando estreitamento do canal vertebral entre T13 e L1, confirmando extrusão de disco intervertebral. O paciente foi submetido à descompressão cirúrgica pelas técnicas de pediculectomia e fenestração. Para o procedimento, o paciente foi posicionado em 45º dorsolateral e o acesso da pediculectomia limitou-se dorsoventralmente pelos processos transverso e espinhoso e, craniocaudalmente pelos processos transversos cranial e caudal das vértebras contíguas imediatas. Com o auxílio de um drill e lowe-kerringson foi realizado o acesso ao canal vertebral, seguido da remoção do material da extrusão com o explorador de coluna, realizando a descompressão direta da mesma. Em seguida, foi realizada a fenestração do disco afetado e dos contínuos cranial e caudal. Após 3 semanas da cirurgia, o paciente apresentou melhora da deambulação, porém com ataxia, evolução identificada pela perspectiva do tutor, que não pôde dar continuidade no acompanhamento na instituição. Conclui-se que a técnica de pediculectomia demonstrou-se eficiente para descompressão medular em extrusões discais, mesmo em um caso crônico e que, aliada a técnica de fenestração, visa diminuir o risco de recidiva da enfermidade em longo prazo.

Palavras-chave

Paraplegia; Doença do disco intervertebral; Cirurgia; Neurologia; Descompressão