11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

ESOFAGOTOMIA CERVICAL CAUDAL PARA REMOÇÃO DE CORPO ESTRANHO EM CANINO: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

Corpos estranhos (CE) estão comumente alojados na entrada do tórax, na base do coração ou na área epifrênica, por apresentarem estruturas extraesofágicas que limitam a dilatação esofágica nesses pontos (1). Em geral, CE podem ser removidos por endoscopia alta, contudo, dependendo da localização e diâmetro, esse manejo fica impossibilitado. Foi atendido um canino, Pit Bull, macho, dois anos de idade, com histórico de vômitos após ingestão de osso há dois dias. Ao exame físico, foi identificado aumento de volume em região cervical caudal (entrada do tórax), sendo solicitado exame radiográfico, confirmando ser CE esofágico. Inicialmente, o paciente foi submetido à endoscopia na tentativa de remoção usando pinças endoscópicas e pelo uso de cateter com balão caudal ao CE. Não foi possível sua remoção por apresentar grande diâmetro e bordas irregulares, sendo necessária esofagotomia cervical. Após identificação do esôfago, realizada remoção do CE de aproximadamente cinco centímetros. A esofagorrafia foi realizada em dois planos, sutura de swift e sutura contínua simples, conferindo maior segurança, e colocado dreno de sucção ativa na região. Para alimentação do paciente no pós-operatório, foi realizada gastrostomia por tubo mediante celiotomia. O paciente recebeu alta seis dias após o procedimento, quando foi realizada nova endoscopia para avaliação da cicatrização esofágica, que se encontrava satisfatória, retornando em 15 dias para retirada do tubo de gastrostomia. Cirurgias esofágicas estão associadas a altas taxas de complicações devido à ausência de cobertura serosa, ao suprimento sanguíneo segmentar, ao movimento peristáltico e à distensão pela passagem do alimento, assim, é necessário maior cuidado no pós-operatório se comparado a outras partes do trato digestivo, e o manejo alimentar está entre os fatores responsáveis pelo sucesso do procedimento. A alimentação via tubo de gastrostomia evitou a distensão contínua do esôfago, assegurando repouso do local, além de ser uma opção para longos períodos (1). A colocação do dreno de sucção ativa possibilitou a avaliação de sinais de extravasamento e infecção esofágica, além de evitar a formação de seroma. A realização de endoscopia pós-operatória é uma ferramenta muito útil, permitindo visualizar o processo cicatricial sem esofagite, edema ou deiscências de pontos. Com o presente relato, pode-se concluir que a associação de duas técnicas cirúrgicas teve êxito para a evolução satisfatória do paciente no pós-operatório, estando atribuído à técnica cirúrgica empregada e à ausência de movimentos de atrito do alimento sobre a ferida cirúrgica, garantindo menor possibilidade de complicações e rápida recuperação do paciente.

Palavras-chave

CE esofágico, endoscopia alta, tubo de gastrostomia

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Emanuel Tres Bernicker, Arthur de Moura de Miranda, Luis Henrique Bedendo, Luis Fernando Pedrotti, Renato do Nascimento Libardoni