Dados do Trabalho
Título
PARAPARESIA POR COMPRESSÃO MEDULAR DEVIDO A ABSCESSO E DISCOESPONDILITE EM BEZERRA HOLANDESA
Resumo para avaliação
Em ruminantes as alterações medulares estão diretamente relacionadas a causas nutricionais, metabólicas, infecciosas e neoplásicas. Uma das principais causas do desencadeamento de doenças, em bezerros, é a cura inadequada do umbigo, levando à onfalite, a qual irá permitir a disseminação de microrganismos, através da circulação sanguínea, consequentemente ocasionando infecções em diversos órgãos, podendo causar pneumonias, artrites e abscessos. Uma bezerra, Holandesa, 60kg, 2 meses de idade, criada em piquete compartilhado, recebendo 4 litros de leite, 2 vezes ao dia e concentrado à vontade, foi encaminhada ao Hospital Veterinário de Grandes Animais da UFLA. Apresentava dificuldade para se levantar, paresia dos membros posteriores, sensibilidade e tônus da cauda diminuídos. O proprietário relata que em sua propriedade há grande quantidade de ectoparasitas e que o umbigo foi curado inadequadamente. O animal já havia sido tratado para tristeza parasitária bovina, porém não houve resultados. Foi realizado o exame de raio x da coluna vertebral, constatando remodelamento ósseo em nona vértebra torácica, associada a discreta esclerose óssea em corpo vertebral, irregularidade e lise óssea em placa terminal caudal, caracterizando discoespondilite, que causava compressão medular desta região, provocando alterações neurológicas. Também foi realizada a ultrassonografia umbilical, do fígado e dos vasos abdominais, evidenciando apenas a presença de hérnia umbilical. Também realizou-se a colheita do líquor da região lombosacra e posterior análise, que não apresentou alterações, se apresentava incolor, límpido, pH igual a 7, glicose 100 mg/dL, proteína 0g /dL e coagulação negativa. Como tentativa de tratamento, utilizou-se o Florfenicol (40mg/kg, Subcutâneo, a cada 48 horas, por 5 dias) e Vitamina B1, (2 ml, via Intramuscular, a cada 24 horas, por 7 dias). A bezerra era estimulada e recebia auxílio para se levantar, na tentativa de evitar atrofia muscular, conseguindo se manter por alguns períodos em pé. Apesar do tratamento e dos cuidados, houve evolução do caso e ela não conseguia mais se sustentar em pé, optando pela eutanasia. Na necrópsia, confirmou-se o diagnóstico de discoespondilite abscedativa, provavelmente por falha de manejo da cura de umbigo, formando trombos sépticos que se deslocou para o corpo vertebral da coluna vertebral. Havia também compressão medular causada pelo abscesso no canal medular e alteração pulmonar crônica evidenciando pneumonia metastática. O fato da cura inadequada de umbigo ser uma das principais formas de evitar doenças em neonatos, evidencia ainda mais a importância do manejo adequado, evitando a ascensão de patógenos pelo canal umbilical que ocasionam processos patológicos.
Palavras-chave
onfalite, paresia, abscesso
Área
Neurologia
Instituições
Universidade Federal de Lavras - Minas Gerais - Brasil
Autores
Júlia Marília Silva Nascimento, Bruna Gischewski Vilela, Larissa Esther Ferreira Silva, Gil Fernando de Paula Junior, Cristiane Costa Salatiel, Marcos Ferrante, Adriana Souza Coutinho, Hugo Shisei Toma