11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

USO DE BANDAGEM TIE-OVER PARA MANEJO DE FERIDA COMPLEXA EM FELINO - RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

As feridas por mordedura estão entre as afecções de maior casuística em pequenos animais. Após o trauma, há perda da integridade do tegumento cutâneo, com conseguinte inoculação de microrganismos através das feridas puntiformes, causando infecção local. Feridas puntiformes por mordedura tendem a gerar abscesso ou flegmão, muitas vezes notado tardiamente pelo tutor, devido ao recobrimento de pelos nos animais de companhia. Feridas contaminadas devem cicatrizar por segunda intenção e dessa forma, bandagens e curativos são aliados e fornecem à ferida um ambiente adequado para cicatrização. Para feridas localizadas em locais de difícil fixação de ataduras, a bandagem do tipo tie-over se mostra efetiva, além de produzir certa tensão no leito da lesão, o que evita formação de seroma e hematoma, sem impedir o movimento do paciente e facilitando o manejo e troca dos curativos. Dessa forma, objetiva-se descrever um caso de ferida por mordedura que evoluiu para flegmão, em que foi utilizada a bandagem tie-over após desbridamento cirúrgico com a finalidade de tratar a infecção e possibilitar um segundo procedimento cirúrgico para fechamento em primeira intenção. Paciente felino, fêmea, SRD, de 8 meses foi atendido no Setor de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais do Hospital Governador Laudo Natel, Câmpus de Jaboticabal – SP com histórico de ferida por mordedura por outro felino 48 horas antes em região glútea de MPE. A ferida, que se estendia até a região perianal do paciente, apresentava grande coleção de secreção, sendo classificada como flegmão no momento do primeiro atendimento. Foi então efetuado o desbridamento cirúrgico da lesão, e em seguida, empregado protocolo terapêutico de manejo de ferida com a técnica de bandagem tie over associada ao curativo utilizando clorexidina aquosa em pasta e adicionou-se a sacarose cristalizada para estímulo de granulação no tecido lesionado, sendo o curativo trocado a cada 48h. Após 20 dias, a ferida apresentou boa evolução e regressão das dimensões, onde decidiu-se pela abordagem cirúrgica para reparo e cicatrização por primeira intenção, sendo retirados os pontos 10 dias após o procedimento sem complicações observadas. Conclui-se que o manejo de uma ferida contaminada através da associação de bandagem tie-over com a granulação e descontaminação com uso de sacarose granulada é um bom protocolo terapêutico em casos que o fechamento por primeira intenção é inviável em um primeiro momento e bandagens são inviabilizadas pela perda de mobilidade como componente de estresse em pacientes indóceis ou inquietos.

Palavras-chave

cirurgia, contaminação, flegmão, gato

Área

Cirurgia

Instituições

UNESP/FCAV - São Paulo - Brasil

Autores

JULIA COSTA BARONI, GABRIEL JOÃO UNGER CARRA, ANDRIGO BARBOZA DE NARDI, ANNELISE CARLA CAMPLESI DOS SANTOS