11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

ABORTO E PROLAPSO UTERINO EM LHAMA ( Lama glama)

Resumo para avaliação

As lhamas são ruminantes da família dos camelídeos, que sofrem também com as parasitoses gastrintestinais. Os estrongilídeos são nematóides intestinais pertencentes à Ordem Strongylida, têm um ciclo biológico monoxeno e os hospedeiros infectam-se ao ingerir as formas larvares L3 que se encontram na superfície das pastagens ou em pequenas colecções de água. São encontrados na forma adulta no trato gastrointestinal e pelo fato de serem hematofagos, podem levar a anemia. Uma vez que o animal gestante se encontra anêmico, o suporte sanguíneo para o feto fica comprometido, não fornecendo quantidades ideais de oxigênio e nutrientes, podendo ocasionar o abortamento. O prolapso uterino ocorre esporadicamente em pós-parto de ruminantes, sendo incomum a ocorrência e relatos em camelídeos. A causa é desconhecida mas pode estar associada a abortos. Quando diagnosticado cedo pode ser corrigido facilmente. Uma lhama (Lama glama), adulta, prenha, criada a pasto com mais 9 animais, recebendo sal mineral de caprinos à vontade, foi atendida na propriedade. A proprietária relata que o animal se encontrava apático, ofegante, se recusava a levantar, e apresentava mucosas perláceas. Foi encaminhada ao Hospital Veterinário de Grandes Animais da UFLA, dois dias após o atendimento inicial, para melhor avaliação e tratamento. Após realização do hemograma e exame coprológico, constatou- se hematócrito a 8% (27 a 40%), 12500 ovos de Estrongilídeos e 200 oocistos de coccídeos por grama de fezes, optando por transfusão sanguínea imediata e administração de monepantel a 7,5mg/kg. O animal apresentou melhora clínica, mas após 6 dias da transfusão sanguínea, abortou o feto de aproximadamente 5 meses, que foi expelido juntamente com a placenta. No mesmo dia, o animal apresentou prolapso uterino, imediatamente, foi realizado a lavagem do útero com ringer lactato estéril, para retirada de sujidades. Foi administrado apenas lidocaína 2% (sem vasoconstritor) localmente nos lábios vulvares. O órgão foi reposicionado delicadamente ao seu posicionamento fisiológico, evitando possíveis lacerações. Para reverter os cornos uterinos, foi utilizado ringer lactato que preencheu o órgão e o manteve posicionado ventralmente. A sutura de Buhner realizada com segmentos de equipo, foram utilizados para evitar lacerações e evitar a reincidência do prolapso. No tratamento pós cirúrgico, foram realizadas duas lavagens diárias na região de vulva com água e NaCl 0,9% estéril, evitando o desenvolvimento de miíase e infecções . O animal não apresentou complicações no pós-operatório, realizando a retirada da sutura de contenção na vulva após 15 dias e em seguida recebeu alta.

Palavras-chave

prolapso uterino, anemia, estrongilídeos

Área

Animais silvestres e exóticos

Instituições

UFLA - Minas Gerais - Brasil

Autores

Júlia Marília Silva Nascimento, Maristela Aparecida Oliveira Dias, Raianny Pires Lobo, Smantha Mesquita Favoretto, Rodrigo Norberto Pereira, Marcos Ferrante, Adriana Souza Coutinho, Hugo Shisei Toma