Dados do Trabalho

Título

USO DE MALHA DE POLIPROPILENO ASSOCIADO A ENXERTO EM SEMEADURA NO MEMBRO TORÁCICO DE UM CÃO

Resumo para avaliação

A reconstrução de feridas cutâneas em membros são um desafio na rotina clínica-cirúrgica de animais de companhia, sendo secundárias a remoção de neoplasias, traumas ou lesões isquêmicas devido a fármacos. O presente estudo tem como objetivo relatar o caso de um cão macho, castrado, da raça lhasa-apso, de 8 anos, com uma área hiperêmica em região de cotovelo esquerdo. O paciente foi submetido a tomografia computadorizada, e após o exame, a tutora relatou claudicação do membro afetado, lambeduras no local e vocalização. Para o exame, foi puncionado venosamente, o membro esquerdo para administração de propofol, e o direito para solução contrastada. Após 3 dias de manejo clínico, com crioterapia e sulfadiazina de prata 1%, observou-se uma área de necrose cutânea, estendendo-se desde a região axilar até a porção proximal de radio e ulna, comprometendo a circunferência do membro. Realizado debridamento mecânico da ferida, sob anestesia geral e tratamento com kollagenase com cloranfenicol por 5 dias, subsequente ao uso da sulfadiazina de prata a 2,5% até o dia da cirurgia. Após 14 dias, com um tecido de granulação viável, foi realizado um enxerto em semeadura, utilizando Punch de diferentes diâmetros, em toda a ferida, sendo o leito doador, a lateral do abdômen. Realizado curativo com a associação de tela de propileno e vaselina durante 3 dias, e ataduras creponadas com algodão. Após 3 dias, foi retirado o curativo e observado boa aderência dos enxertos. A troca do curativo foi instituída a cada 48 horas, com a aplicação de óleo ozonizado e vaselina, além de sessões com moxabustão. Após 70 dias observou-se completa epitelização da região da ferida, com parte presente de repilação. Derrames de fármacos como o propofol em subcutâneo podem provocar graves lesões isquêmicas se não observadas na hora do acidente e não realizadas medidas emergenciais. Lesões cutâneas em membros são desafios cirúrgicos, pois há poucas opções de retalhos para a região, principalmente em membro torácico. O retalho da prega axilar e da omocervical normalmente são soluções viáveis, porém neste caso, as duas regiões sofreram necrose por isquemia devido ao acidente farmacológico. Para preservação do membro, o enxerto de semeadura é uma opção, apesar de sua cicatrização ser mais lenta comparado a retalhos de padrão subdérmico e axial. A associação da malha de propileno para o processo de inosculação do enxerto, promove uma melhor fixação e baixa mobilidade dos fragmentos no curativo, importante para o sucesso terapêutico instituído.

Palavras-chave

Palavras-chave: Cirurgia reconstrutiva; Enxerto em semeadura; Ferida; Malha de polipropileno; Propofol