11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

FENDA PALATINA DE ORIGEM TRAUMÁTICA EM CADELA ADULTA: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

As fendas palatinas caracterizam-se como anormalidades estruturais anatômicas, podendo compreender a região do lábio, palato duro e mole. São consideradas primárias quando ocorrem no lábio, secundárias quando abrangem o palato duro e mole, resultando em uma comunicação entre a cavidade oral e nasal. Classificam-se como congênitas ou adquiridas, sendo as adquiridas geralmente de origem traumática. O tratamento baseia-se no fechamento da fenda, impedindo a comunicação entre a cavidade oral e nasal. Objetivou-se com esse relato de caso descrever o reparo cirúrgico de uma fenda palatina adquirida com o uso membrana de titânio associado ao cimento ósseo. Foi encaminhado ao Hospital Veterinário uma cadela, SRD adulta, com o diagnóstico de fenda palatina na região do palato duro. O animal havia passado por três intervenções cirúrgicas malsucedidas para reparar o defeito. Na avalição clínica do palato observou-se um defeito de aproximadamente 4,0x2,5cm, localizado no palato duro, se estendida da altura dos dentes caninos até o primeiro molar, com exposição da cavidade nasal. Mediante aos eventos cirúrgicos anteriores e ao tamanho extenso defeito que envolvia metade do palato, determinou-se como técnica operatória a fixação de membrana sintética de titânio para reparo do plano nasal, associado ao cimento ósseo. Iniciou-se com uma divulsão mucoperiosteal, após isso as duas placas de titânio de 25x0,04mm com furo de 0,15mm foram fixadas ao osso palatino com sete parafusos cortical de 2,0mm, totalmente rosqueado. Por não haver tecido ósseo suficiente para a fixação dos parafusos na região pré-molar, a placa foi fixada à mucosa do palato com náilon n. 3-0 em padrão jaquetão. As duas placas de titânio foram unidas com náilon n. 3-0 e sutura Wolff. Por fim, aplicou-se sobre as placas e os parafusos uma camada do cimento ósseo. No pós-operatório, prescreveu-se analgésicos e anti-inflamatórios, como dipirona, pregabalina, robenacoxib, além de ciprofoloxacino devido às infecções nasais decorrentes da fístula, cujo crescimento consistiram em Escherichia coli e Klebsiella sp. Foi feito nebulização com solução NaCl 0,9%, três vezes ao dia, para limpeza da mucosa oronasal. Preconizou-se a alimentação do tipo pastosa de alta digestibilidade. Dessa forma, a técnica empregada, o material utilizado e os cuidados no pós-operatório demonstraram-se promissoras formas de reconstrução de defeitos extensos no palato duro, pois não houve deiscência nem recidiva até 770 dias após a reconstrução.

Palavras-chave

fístula oronasal; fenda palatina; cimento ósseo.

Área

Cirurgia

Instituições

UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

Paloma Sanches Silva, Adriano de Abreu Corteze, Amanda Henriques Nascimento, Patrícia Maria Coletto Freitas, Suzane Lilian Beier, Oscar Henriques Rocha Ladeira