11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

CESARIANA EM FÊMEA EQUINA COM LACERAÇÃO VAGINAL

Resumo para avaliação

A incidência menos expressiva de complicações no parto em éguas e a conseguinte inferior frequência de cesarianas na espécie, aliada à susceptibilidade equina à peritonite e consequente maior exigência de cuidados na cirurgia - que tornam o procedimento mais complexo e dificultam sua realização a campo -, contribuem para o menor número de relatos de tal intervenção cirúrgica, quando comparado ao de cesáreas em fêmeas bovinas, por exemplo. Um equino, fêmea, de 14 anos, Mangalarga Marchador, foi encaminhado ao Hospital Veterinário de Grandes Animais da UFLA, em 20 de novembro de 2022, com 346 dias de gestação e úbere repleto, apresentando sangramento vaginal, que perdurava há cinco dias, e edema ventral. A fêmea já havia performado cinco partos anteriores sem complicações. A partir do diagnóstico de laceração vaginal, cursou-se necessária cesariana, para retirada do feto de outra forma que não pelo canal do parto, o qual, comprometido, não deveria ser utilizado. Com a égua em decúbito dorsal, foi feita a celiotomia pela linha alba, e a cavidade abdominal foi explorada pelo cirurgião, que localizou e exteriorizou o útero, tracionando-o com apoio nos jarretes do feto e isolando-o da cavidade abdominal com campo estéril plástico. Pela parede uterina acima da região dos jarretes até os pés do feto, foi realizada incisão no útero, assim os membros pélvicos foram tracionados para fora do órgão, seguidos do restante do corpo do recém-nascido, extraído com auxílio de outros membros da equipe. O potro, vivo, teve suas vias aéreas limpas, hemostasia com pinça feita no remanescente de seu cordão umbilical, e foi atendido fora do bloco cirúrgico. A placenta não foi completamente retirada, para que a fêmea expulsasse o restante posteriormente, e assim o fez. Pela significativa perda de sangue, antes e ao longo do procedimento, a paciente demandou transfusão sanguínea ao final da cirurgia. Acompanhada do potro, a égua permaneceu internada para tratamento pós-cirúrgico e cuidados obstétricos, até que ambos retornaram à sua propriedade, saudáveis, no dia 10 de janeiro de 2023.

Palavras-chave

Sangramento vaginal, laceração, cesariana.

Área

Cirurgia

Instituições

Universidade Federal de Lavras (UFLA) - Minas Gerais - Brasil

Autores

Clara Alves Araujo Almeida, Larissa Esther Ferreira Silva, Letícia Eduarda de Castro Sousa, Rodrigo Norberto Pereira