Dados do Trabalho
Título
COLOCEFALECTOMIA EM TAMANDUÁ-MIRIM (TAMANDUA TETRADACTYLA): RELATO DE CASO
Resumo para avaliação
O Tamanduá-mirim ou tamanduá-de-colete (Tamandua tetradactyla), tem ocorrência na América do Sul. Quando trata-se de traumatismo em animais silvestres, é de ocorrência comum, tanto de vida livre quanto nos de cativeiro. A colocefalectomia ou excisão da cabeça e do colo do fêmur é um procedimento cirúrgico que limita o contato ósseo entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, possibilitando a formação de uma pseudoarticulação fibrosa, sendo uma articulação instável, assim, a função clínica pós-operatória é imprevisível. O presente trabalho tem como objetivo descrever um caso clínico cirúrgico raro em literatura de colocefalectomia em um Tamanduá-mirim. Foi encaminhado para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres - CRAS, localizado no município de Campo Grande, MS, pela Polícia Militar Ambiental - PMA, um tamanduá-de-colete, vítima de atropelamento em rodovia estadual. Já no ambulatório do CRAS, foi observado no exame físico, lesões no membro posterior direito, evidenciando incongruência da articulação acetabular com o fêmur. Diante disso, o animal foi encaminhado para exames de imagem, onde na radiografia, comprovou-se a suspeita clínica. Nesse sentido, o paciente foi encaminhado para o setor cirúrgico, para o procedimento de colocefalectomia. O protocolo anestésico para indução foi com administração de Cloridrato de Cetamina 10% e Xilazina 2%, ambos via intramuscular (IM). Para analgesia, foi proposto a indução de metadona, IM. Também, como terapia de apoio, foi administrado ampicilina e meloxicam. Foi feita a divulsão da musculatura glútea, separando a musculatura adjacente para o acesso a cabeça do fêmur, e por sua vez, reduzindo-a. No pós-operatório imediato, foi aplicado curativo local com pomada à base de gentamicina, sulfanilamida, sulfadiazina, seguida de aplicação de spray antiparasitário externo. Procedimento que continuou a ser realizado diariamente. Com terapia analgésica e antiinflamatória com meloxicam e dipirona por 3 dias consecutivos. Dois dias após a cirurgia, o animal foi capaz de usar o membro afetado. O tratamento mostrou-se eficaz devido à rápida recuperação na funcionalidade do membro, evidenciado a utilização em cirurgia ortopédica em animais silvestres que exijam o uso do membro permitindo a recuperação do animal.
Palavras-chave
traumatismos, animais silvestres, fêmur, pseudoarticulação, cirurgia
Área
Animais silvestres e exóticos
Instituições
UFMS - Mato Grosso do Sul - Brasil
Autores
Nayara Caroline Silva, Lucas Cazati, Millena Gonçalves Chagas