Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE NÓDULO ESOFÁGICO PARASITADO POR Spirocerca lupi EM CANINO
Resumo para avaliação
Espirocercose é uma parasitose causada por Spirocerca lupi, caracterizando-se pelo surgimento de nódulos no esôfago caudal e aneurismas aórticos. O tratamento é determinado pelo estágio da afecção, podendo ser conservador utilizando medicamentos antiparasitários ou invasivo por meio da cirurgia de remoção dos nódulos. Objetivou-se relatar o tratamento cirúrgico de Spirocerca lupi em um cão. Uma cadela da raça poodle com 3 anos de idade foi atendida com histórico de sialorreia excessiva, perda de peso progressiva, aerofagia, disfagia e vômito com evolução clínica de aproximadamente 2 meses. No exame radiográfico foi observada presença de opacificação de limites regulares e definidos medindo aproximadamente 3,5 x 2,7 cm localizada na região final do esôfago torácico. A endoscopia evidenciou massa intramural no esôfago torácico caudal, cranial ao cárdia, na face lateral esquerda, causando obstrução luminal. Os exames coproparasitológico e hemograma completo não revelaram alterações significativas. Optou-se pelo tratamento conservador para parasitose utilizando Doramectina manipulada na dose de 0,15 mg/kg por via intramuscular, a cada 14 dias totalizando 6 aplicações. No entanto, após 10 dias, o paciente retornou com quadro agudo, manifestando diversos episódios de vômito e perda de peso. Optou-se pela exploração cirúrgica procedendo acesso por linha média pré-umbilical se estendendo até o processo xifóide. Para acesso ao esôfago torácico, incisou-se diafragma, permitindo a visibilização da porção afetada na altura do 10° espaço intercostal. Uma incisão foi realizada no granuloma e, após abertura da cápsula, vermes de aproximadamente 17 cm foram removidos. O granuloma foi debridado com a devida precaução, evitando-se invasão ao lúmen esofágico. Foi realizado o fechamento da camada adventícia em padrão de sutura interrompida simples e do diafragma em padrão contínuo simples. Em seguida, o plano muscular e subcutâneo foram suturados utilizando em padrão contínuo simples e dermorrafia em padrão interrompido simples. O tratamento clínico com Disofenol (1mg/kg dose única por via subcutânea, repetido com 120 dias) foi empregado como abordagem terapêutica adjuvante à cirurgia. Paciente apresentou episódios de vômito no pós-operatório, que foram controlados com antiemético (citrato de maropitant). Após 2 semanas de pós-operatório, não havia mais sinais clínicos e observou-se evolução satisfatória. Na amostra enviada para biópsia foi identificado processo inflamatório crônico moderado sem presença de agentes infecciosos. Após 4 meses de intervenção cirúrgica, a paciente manteve-se em bom estado geral e sem complicações. A abordagem cirúrgica foi eficaz na remoção dos parasitas, promovendo melhora significativa do quadro, bem-estar e qualidade de vida ao paciente.
Palavras-chave
espirocercose, cão, esofagotomia, parasita, cirurgia
Área
Cirurgia
Instituições
Universidade Estadual do Maranhão - Maranhão - Brasil
Autores
JÚLIA CAROLINA COSTA PEREIRA, AURIONEIDE NOVAIS SIQUEIRA, TATIANE AVELAR RIBEIRO, AMANDA DA SILVA MOREIRA, VINICIUS CORRÊA OLIVEIRA, JULIANA CASANOVAS DE CARVALHO, VALÉRIA GONÇALVES SOARES, TIAGO BARBALHO LIMA