11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS CASOS DE PROLAPSO URETRAL ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UEMA (2021-2022)

Resumo para avaliação

O prolapso de uretra é caracterizado pela protrusão da mucosa uretral através da extremidade do pênis, sendo mais comumente observada em animais jovens do sexo masculino, especialmente em raças braquicefálicas. Apesar de sua relevância clínica, esta patologia é pouco documentada e não há dados regionais publicados a respeito. Objetivou-se realizar um estudo retrospectivo dos casos de prolapso uretral em caninos atendidos no Hospital Veterinário Universitário (HVU-UEMA) no período de janeiro de 2021 à novembro de 2022. Os dados foram analisados com estatística descritiva, apresentando valores percentuais, médias e desvios-padrão. Foram coletadas informações como raça, idade, tratamento clínico-cirúrgico e complicações pós-operatórias. A técnica cirúrgica adotada foi baseada em Hobson e Heller (1971), com modificações de Sinibaldi (1973). Nesse período, foram identificados 12 cães machos com prolapso uretral, dentre os quais, 41,6% (5/12) eram da raça American Bully, 25% (3/12) não tinham raça definida, 16,6% (2/12) eram poodle, 8,33% (1/12) Pit Monster e 8,33% (1/12) Dachshund. A idade média dos pacientes foi aproximadamente de 3,5 anos. O tratamento cirúrgico foi realizado em 66,6% (8/12) dos casos, utilizando a técnica de ressecção e anastomose da mucosa uretral, dos quais 37,5% (3/8) foram associadas a orquiectomia. As complicações pós-operatórias observadas nesse estudo incluíram: edema e hemorragia da região, excitação e recidivas. Do total de pacientes que realizaram o procedimento cirúrgico, 37,5% (3/8) apresentaram recidiva, destes, dois recidivaram mesmo com a castração. Em um canino Dachshund e um poodle, por se tratar de um prolapso que ocorria somente durante a excitação, optou-se por fazer somente a orquiectomia, não havendo recidiva do quadro. Em vista disso, a permanência desse comportamento sexual, excitação e trauma da região pode ter contribuído para que houvesse reaparecimento do quadro mesmo com a prática da orquiectomia. Além disso, a não utilização de medicamentos tranquilizantes no pós-operatório, apesar das recomendações de diversos autores para redução da excitação, pode ter desempenhado um papel significativo na recorrência do prolapso observado nos cães mencionados neste estudo, considerando a elevada agitação dos pacientes em questão. Conclui-se que o estudo oferece importantes insights sobre o prolapso uretral em cães e destaca a importância da castração como parte do tratamento, bem como a relevância da administração de medicamentos tranquilizantes no pós-operatório para reduzir as complicações e recidivas. No entanto, dada a escassez de dados documentados sobre essa condição, sugere-se que ampliação da pesquisa abordem aspectos adicionais para uma melhor compreensão e manejo dessa patologia em cães.

Palavras-chave

uretra, prolapso, hematúria, cão, braquicefálico

Área

Nefrologia e urologia

Instituições

Universidade Estadual do Maranhão - Maranhão - Brasil

Autores

JÚLIA CAROLINA COSTA PEREIRA, ELAYNE BARROSO SOUSA, TATIANE AVELAR RIBEIRO, AMANDA DA SILVA MOREIRA, EMILY DE SOUZA. MORAES, VALÉRIA GONÇALVES SOARES, LYGIA SILVA GALENO, TIAGO BARBALHO LIMA