11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

PERSISTÊNCIA DO QUARTO ARCO AÓRTICO DIREITO (PAAD) EM UM FELINO DE 2 MESES DE IDADE: RELATO DE CASO

Resumo para avaliação

A persistência do quarto arco aórtico direito (PAAD) é uma anomalia do anel vascular que ocorre durante o desenvolvimento embrionário. Nos cães, é a anomalia de anel vascular mais comum e representa cerca de 95% dos casos relatados, já nos felinos é rara. Essa alteração ocorre a partir da evolução do quarto arco aórtico direito ao invés do esquerdo. O ligamento arterioso forma uma banda comprimindo o esôfago situado entre a aorta e o tronco pulmonar, causando uma estenose esofágica localizada cranialmente à base cardíaca. Os animais acometidos são assintomáticos enquanto lactentes, porém, a regurgitação aparece quando se inicia a ingestão de alimentos sólidos. Esse trabalho tem o objetivo de relatar um caso de PAAD em um felino submetido à toracotomia para correção cirúrgica. Foi atendido um felino, fêmea, não castrado, dois meses de idade, da raça British Shorthair, com histórico de regurgitação após desmame. Ao exame físico o paciente se encontrava ativo e abaixo do peso em comparação aos irmãos de ninhada. A radiografia esofágica contrastada e tomografia indicou a presença de persistência de quarto arco aórtico direito, megaesôfago e início de pneumonia aspirativa. Foi indicado o tratamento da pneumonia aspirativa e, em seguida, cirurgia para correção do PAAD. Foi realizada a toracotomia com a ligadura e ressecção do ligamento arterioso remanescente, sondagem e balonamento da constrição esofágica. No pós-cirúrgico, o animal foi encaminhado à UTI para avaliação, recuperação anestésica e controle da dor. Após um dia de UTI e dois de internamento o paciente recebeu alta. Após três meses do procedimento cirúrgico manteve-se com boa progressão de peso, sem episódios de regurgitação. Incidências de anomalias de anéis vasculares em gatos são desconhecidas, a literatura relata casos em gatos da raça Siamês e Persa, embora os números de casos sejam insuficientes para concluir predileção racial. De maneira geral, essas anomalias são hereditárias e ocorrem por alterações cromossomais, portanto é recomendado a não reprodução destes animais. Os sinais clínicos tornam-se evidentes após o desmame, sendo a regurgitação e pneumonia um dos principais sinais. Diante disso, cabe ressaltar que a chave para uma boa evolução do quadro clínico se deve ao diagnóstico e tratamento precoce, os quais corroboram para um ótimo prognóstico. Portanto, pode-se concluir que a correção do PAAD teve um resultado satisfatório e o manejo pré e pós operatório correto, somado ao diagnóstico precoce dessa anomalia tiveram um papel importante para o sucesso deste caso.

Palavras-chave

PAAD; megaesôfago; toracotomia.

Área

Cirurgia

Instituições

UNIBRASIL - Paraná - Brasil

Autores

Ryan Ryuichi Harada, Larissa Evelyn Silva, Victória Gariba e Silva Machado, Neíse Nathalie Guariza Tortaro, Paulo Roberto Klaumann, Luana Beatriz Ballardin