11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

CORISTOMA OCULAR EM CÃO

Resumo para avaliação

Dermoides ou coristomas são a ocorrência de tecido normal em posicionamento anormal de origem congênita. Na sua forma ocular, mais comumente ocorrem no limbo temporal e podem envolver as pálpebras, conjuntiva, córnea ou uma combinação destas estruturas. Em sua constituição apresentam mais comumente epitélio ceratinizado, pelos, vasos sanguíneos, tecido fibroso e glândulas. Seu diagnóstico é relativamente fácil, com o paciente apresentado comumente por epífora, blefarospasmo e visibilização da formação no olho. Podem ser removidos cirurgicamente e sua recidiva é improvável. O objetivo deste trabalho foi relatar a ocorrência de um dermoide ocular em um cão, seu tratamento e resultados, bem como confrontar estes dados com a literatura consultada. Um cão, macho, da raça shih-tzu, de 5 anos de idade, foi apresentado com histórico de secreção enegrecida e hiperemia conjuntival há duas semanas. Segundo o tutor, o cão havia nascido com este aumento de volume e outro médico veterinário teria informado que o tratamento era cirúrgico e prescrito colírio lubrificante. Também negava a ocorrência de epífora ou blefarospasmo. Como, durante quatro anos, não houve alteração que justificasse o tratamento, optou por não realizar o procedimento. Ao exame oftálmico, foi detectado um aumento de volume circunferencial cobrindo parte da conjuntiva e aproximadamente 1/3 da superfície corneana na porção temporal com presença de pelos, compatível com dermoide ocular. O teste lacrimal de Schirmer resultou em 3mm/min no olho direito e, no contralateral, 23 mm/min. Foi prescrito colírio a base de tacrolimus e o paciente foi encaminhado para a ceratectomia lamelar superficial e conjuntivectomia com o recobrimento do leito estromal com o avanço da conjuntiva saudável e sua rafia com náilon 9-0 e padrão de sutura isolado simples nas bordas da ferida. Notou-se a presença de pseudopterigio e ausência de impregnação pelo corante de fluoresceína já aos sete dias e os pontos foram removidos aos 30 dias de pós-operatório. Conclui-se que o procedimento cirúrgico realizado foi efetivo, não resultando em recidiva da doença.

Palavras-chave

veterinária, oftalmologia, ceratectomia

Área

Oftalmologia

Instituições

Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

FABRICIO ARIGONY BRAGA, EUGENIA BARWALDT, JOSAINE RAPPETI, THEO JAHNKE, MARTA PRISCILA VOGT