11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

ESPONDILOMIELOPATIA CERVICAL EM DOG ALEMÃO: LAMINECTOMIA DORSAL

Resumo para avaliação

A Espondilomielopatia Cervical (EMC) é uma enfermidade complexa e multifatorial que acomete a coluna vertebral cervical de cães de porte grande a gigante, tendo como consequência a compressão da medula espinhal, geralmente em região cervical caudal, levando a graus variados de déficits. A etiologia da doença possui causas variadas como: genética, morfologia das vértebras cervicais, nutrição e conformação corporal. O sinal clínico mais comum é a incoordenação dos membros pélvicos que progride para uma paraparesia espástica, tetraparesia e/ou plegia, postura baixa da cabeça e dor e resistência à manipulação do pescoço. O exame padrão ouro é a ressonância magnética, permitindo assim a localização exata da compressão medular. O tratamento é sintomático, a decisão do tratamento cirúrgico baseia-se em diversos fatores, gravidade dos sintomas, grau de dor, tipo e gravidade das lesões compressivas, resposta ou não ao tratamento médico, expectativa do proprietário e alterações adjacentes. O presente trabalho tem como objetivo descrever o caso de um Dog Alemão, de dois anos, que apresentou tetraparesia ambulatória e relutância em levantar a cabeça há dois meses. O exame neurológico não apresentou alterações no estado mental, alerta e responsivo. Observou-se ataxia proprioceptiva nos quatros membros, passos curtos e aumento de tônus nos membros torácicos e, nos membros pélvicos, passos longos de base ampla. Constatou-se diminuição da propriocepção consciente e no teste de saltitar nos quatro membros, sendo os membros pélvicos mais severamente afetados. Hiperreflexia patelar bilateral e reflexo flexor de retirada normal foram observados nos membros pélvicos, nos membros torácicos houve diminuição do reflexo flexor de retirada e aumento do tônus extensor. O paciente demonstrou dor à palpação cervical caudal. Na radiografia constatou-se diminuição dos espaços intervertebrais C5-C6 e C6-C7. O tratamento clínico foi recomendado, no entanto não observou-se evolução. O paciente foi submetido à tomografia e ressonância magnética, que demonstraram compressão lateral da medula espinhal nas regiões de C5-C6, C6-C7 e C7-T1. Optou-se então, pela realização de uma laminectomia dorsal. No segundo dia de recuperação o paciente apresentava-se em decúbito esternal e com hiperestesia cervical, entretanto após uma semana, não apresentou episódios de dor cervical, com movimentação normal do pescoço, melhora na deambulação, ataxia proprioceptiva diminuída e ausência de sinais de tetraparesia e espasticidade dos membros torácicos. Malformações vertebrais resultam na estenose do canal vertebral causando a compressão da medula espinhal. Por isso, a laminectomia dorsal foi uma opção efetiva no tratamento da EMC com múltiplos locais de compressões laterais.

Palavras-chave

Neurologia; Laminectomia Dorsal; Espondilomielopatia Cervical.

Área

Neurologia

Instituições

UNIMAX - São Paulo - Brasil

Autores

Reginaldo Junior Aguiar Pires, Arilton Teodoro Souza, Valéria Trombini Vidotto