11º Congresso Brasileiro de Ensino e 4º Simpósio de Especialistas

Dados do Trabalho


Título

CRIOCIRURGIA EM NEOPLASMA PALPEBRAL EM UM CÃO

Resumo para avaliação

Na rotina da clínica cirúrgica de pequenos animais, os processos neoplásicos possuem um caráter expressivo no volume de casuística e, dentre as diversas possibilidades de acometimentos, os tumores em pálpebra têm um fator importante nesta relação de atendimentos. Em sua maioria, os tumores palpebrais ocorrem em pacientes adultos, tendo maior ênfase em pacientes idosos e muitas vezes com comorbidades comuns à faixa etária, o que torna mais difícil a aceitação dos tutores em submeter o animal ao processo anestésico e realizar uma intervenção cirúrgica. Foi atendido um canino, fêmea, dálmata de 12 anos de idade, apresentando lesão nodular de 12x10mm em pálpebra superior do olho direito. O tutor relatou que o nódulo apareceu em torno de 2 anos e, em três meses, passou a apresentar um aumento progressivo e posterior ulceração. A paciente apresentava desconforto na região, esfregando o rosto, embora não apresentasse blefarospasmo e secreções. Previamente ao atendimento, fazia a utilização de colírio lubrificante. Em ato conjunto à consulta, foi realizado uma biópsia incisional, com a utilização de prometazina IV, na dose de 0,3 mg/kg e bloqueio local infiltrativo com lidocaína. A amostra foi encaminhada para realização de análise histopatológica com o diagnóstico de epitelioma sebáceo. A paciente foi encaminhada para procedimento de criocirurgia. Após anestesia geral, foi posicionado uma pinça de calázio ao redor do tumor e a pálpebra foi evertida. Foi realizada a citorredução até o limite da borda palpebral e, ato contínuo, o posicionamento da criosonda (com o uso de CO2) e dois ciclos de congelamento de 25 segundos em cada ponto - sete pontos na delimitação tumoral com o tecido saudável e dois no centro do tumor. Após a remoção da pinça, a hemostasia foi feita pelo uso de pressão e de adrenalina 1:10.000 tópica. O tratamento pós-operatório foi realizado com colírio a base de sulfato de neomicina, dexametasona e sulfato de polimixina b, de 6/6 horas, bem como dipirona e meloxicam sistêmicos. Ao terceiro dia de pós-operatório, o tutor relatou a inexistência de edema e de prurido e a presença de uma crosta recobrindo a ferida que se desprendeu aos dez dias e sem recidiva aos seis meses de acompanhamento. A criocirurgia tem mostrado excelentes resultados em tratamentos para neoplasmas e a sua utilização em tumores palpebrais vem ganhando força nos últimos anos. Conclui-se que o uso da criocirurgia deve ser considerado como tratamento conservativo no tratamento de neoplasmas palpebrais.

Palavras-chave

crioterapia, cirurgia, oftalmologia veterinária.

Área

Oftalmologia

Instituições

Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

FABRICIO ARIGONY BRAGA, EUGENIA BARWALDT, RAPPETI JOSAINE, RICARDO OLIVEIRA, IEPSEN LUÃ